Sol.

Há mais de seis meses que não escrevo. Hoje me dei conta e levei um susto. Parei então para pensar sobre o fato e acredito que percebi como anda sendo bom viver aqui fora e não só dentro de mim. Como anda sendo libertador encarar a vida com mais leveza e, ao mesmo tempo, com mais força e coragem para enfrentar os dias nublados e de chuva.  É muito bom quando a gente pode olhar para o aqui e agora e ainda pensar: sou grata! Depois do dia de hoje percebi que ando gostando, cada vez mais, de quem hoje eu posso ser e se escrevo pouco é porque ando vivendo muito, demais!

Ainda bem

Ainda bem que, apesar dos apesares todos, ainda tenho conservado em mim - eu acho - aquela capacidade de reconhecer o momento em que a vida oferece flores. Porque caso eu tivesse perdido, acredito que os dias de sol que ando recebendo não estariam brilhando tanto assim. Ainda bem que algumas coisas a vida não consegue tirar da gente. E que ela continua nos mostrando que felicidade existe, quando a gente sabe ver. 

Hoje

Dizem que a minha credibilidade nas pessoas ainda vai acabar me matando e que a lágrima que corre solta, me transforma em alguém mais triste. Pode ser também. Ando diferente e sinto, só não sei como descrever. A vida dos sonhos, percebi, não é tão bonita assim. Mas tudo bem, eu ainda sei onde sou mais feliz. Acho que se isso não me garante mais telefonas ou olhares interessados, ao menos me dá a paz de continuar vivendo comigo mesma, todos os dias. Hoje sei mais sobre o que gosto e quero e não sinto tanto medo quando me vejo sozinha. Cada um sabe sobre si e na vida a gente sempre pode ter a sorte de encontrar alguém que também continua buscando algum sentido. Seja o que isso significar para cada um de nós.

Sobre não saber.

Me diz, por favor, como a gente aprende quando é hora de ir embora? Porque às vezes eu não sei. Só não sei se é hora, ou se já foi. Se já é pra sempre ou se nem começou. Se deveria doer tanto ou sou eu que insisto em tentar consertar algumas coisas que eu nem mais sei se ainda valem o esforço. 

[...]

Diz pra mim que passa, porque hoje nem isso eu sei mais.

Sinto.

O meu limite está do outro lado da rua, assim como você. Descobri que o que é bom também pode ser ruim, assim como o amor também anda com o ódio. Ambivalente devo ser eu, porque tanto quanto amo também odeio. Mas, às vezes, não sei qual deles ocupa o primeiro lugar. 

Não é amor

Ninguém sabe o que o outro leva no coração. Ninguém sabe sobre a dor de ninguém. Existem os que tentam ver além, e que dão espaço para que o outro se mostre, completo. É ao lado dessas pessoas que desejei dar continuidade aos meus dias, mas a vida não é boa sempre. Somente amar não basta, uma pena que não descobri isso antes.

Tristezas

Ando chorando muito, ela pensa.A vida, por mais bonita que seja, não dá trégua e cobra, todos os dias, de cada um de nós, todos os erros que cometemos. Parece não haver redução de pena, porque os dias estão cada vez mais longos. No final da noite, ela só pensa: anda doendo muito, até quando não sei. Será que amanhã passa? Será que o tempo leva? Ou será que a gente muda e esquece?  Da vida não ando recebendo flores. Mas ainda deve haver sol, em algum lugar.