quinta-feira, 15 de abril de 2010

Decepção.

"[...]É óbvia a freqüência com que precisamos
repetir os mesmos erros batendo com a cabeça
nos mesmos velhos vícios e compulsões,
gerando as mesmas conhecidas conseqüências tristes
e muitas vezes catastróficas, até finalmente
conseguirmos párar e consertar isso."
Elizabeth Gilbert



Decepção sempre dói.
Com amigos, vai além da dor.
Não há mais possibilidades.
O que um dia houve, acabou.
Dessa vez não sobrou nada.
Era a oportunidade mais importante para mim.
E você sabia!
Mais uma vez, você venceu.
cansei do seu jogo sujo.
Agora vou começar a jogar também.
Só que as regras, dessa vez, são minhas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Não era amor.

No começo não existiam expectativas.
Ele era um simples ser.
Eu, alguém que estava aprendendo a curar certas feridas.
O primeiro beijo foi normal. Só.
E aquele momento transcorreu normalmente.
O segundo beijo foi melhor. Só.
Mas depois daquela noite tudo mudou.
É complicado externar as emoções que eu vivi.
Ouvi palavras sinceras.(?) Meus ouvidos gostaram daquela nova sensação.
No dia seguinte eu recebi minha primeira mensagem.
Eu sei, parece infantilidade minha, mas eu nunca havia recebido alguma
mensagem daquela forma, de outra pessoa.
Me transtornei.
As palavras ditas ficavam ecoando em meus pensamentos.
Os sorrisos, os abraços, os olhares...
Tudo tão distante mas ao mesmo tempo tão perto.
Alerta vermelho. Perigo.
Eu não posso me apaixonar. Não por enquanto.
E isso é fato. E eu entendo os motivos (?).
E acredite, não sei se isso é o melhor ou o pior de tudo.
Entendo todas as restrições que me foram impostas,
mas meu coração continua com sua vida própria.
Se emancipou desde cedo. Acha que já é gente grande.
Só esquece, que eu não ainda não sou. Não pra isso.
O terceiro beijo foi perfeito.
Mas depois, a noite foi um inferno. Não era pra ser assim.
A violência ultrapassou todos os limites.
Nunca imaginei uma situação igual.
Os laços já existentes foram cortados. O silêncio se instalou.
O quarto beijo foi perigoso. Instigante.
Mas foi a primeira vez que eu senti que alguém estaria do meu lado,
independente da situação.
Ou pelo menos eu achei que estaria.
O quinto beijo foi frio. Um frio externo e interno.
Para mim, o prenúncio do fim.
Para ele, só mais um beijo normal. Sem sentido.
Meses e meses se passaram. Existia um contato.
Uma conversa trivial. Só.
O sexto beijo, por incrível que pareça, aconteceu.
Não era esperado. Nem sonhado. Muito menos desejado.
Teve areia, vento, lua, mar e a melhor música.
Parece perfeito, não é? Acredite, não foi.
Seria perfeito se os dois estivessem sintonizados.
Do que adianta entrar na guerra se estamos sozinhos?
Meses se passaram mais uma vez.
E eu, (tola) ainda esperava.
Esperava. Chorava. Esperava. Abria os olhos.
Esperava. Juntava forças. Esperava. Caía.
Esperava. Levantava. Esperava. Pensava mais em mim.
Esperava... Como esperei.
E toda essa espera, foi fundamental.
Se tivesse me precipitado, teria afundado mais uma vez.
O sétimo beijo? Ah...quase aconteceu.
Meu coração estava prestes a ter uma taquicardia enorme.
Minhas pernas ficaram bambas.
Aqueles olhos nos meus. Aquelas lembranças de tudo que foi tão bom.
Ele estava tão perto. Mas dessa vez, eu estava longe.
A minha espera me ensinou, que eu não quero
suprir eventuais carências afetivas que aparecem
de uma hora para outra, sabendo que todo sentimento que eu carregava,
não foi valorizado, uma vez sequer.
Me ensinou que as expectativas criadas, partiram de mim,
e que se eu fui suficientemente fraca para criá-las,
serei suficientemente forte para excluí-las.
Sim, fui fraca deixando que expectativas tão grandes
fossem depositadas em alguém que ainda não está
preparado para todas as consequências.
Então, foi assim que o sétimo beijo não existiu.
Aquele momento encerrou um ciclo, que no início, parecia eterno.
É, eu queria que fosse assim. Queria que tudo fosse verdade.
Mas infelizmente, o meu eterno acabou aqui.
Se resumiu a isso. .
Mas esse só, um dia foi tudo que eu sempre quis.
Em algum momento, alguém vai ser capaz de encontrar
os meios corretos para chegar até o principal.
Foi difícil deixar tudo que houve.
Porque cada momento, por menor que tenha sido,
foi muito importante pra mim.
Agora eu sigo.
E continuo tentando me convencer de que renunciar foi a melhor opção.
Não era amor. Mas doeu.






"Eu estava feliz, eu estava no compasso dos dias
e dos fatos. Eu estava plena e convicta.
Estava tranqüila e sem planos. Estava bem sintonizada.
E de um dia para outro estava sozinha, estava antiga,
escrava, pequena.

Parece o final de um amor, mas não era amor.
Era algo recém nascido em mim, ainda não batizado.
E quando acabou, foi como se todas as janelas tivessem se fechado
às três da tarde de um dia de sol.
Foi como se a praia ficasse vazia..."
(Martha Medeiros)




"Então ela chorou...
Todos compreenderam seu choro, e não perguntaram nada,
nem tentaram consolá-la.
Os traços de seu rosto pareciam desfazer-se com as lágrimas,
caindo líquidos na madeira marcada.
Mas os ombros não tremiam, e não havia nenhuma
contração em sua boca,
nenhum som em sua garganta.
Sem revolta, ela aceitava.
E chorava pela perdição de aceitar o que não pode ser modificado."
(Caio Fernando Abreu)


domingo, 11 de abril de 2010

Dor...

Aquela resposta
foi como uma faca
atravessando meu peito.
Como se meu sangue escorresse
gota a gota...até o fim.
Alguma parte se perdeu
e eu me perdi com ela.
A primeira renúncia
é sempre a mais difícil.
Assim como o fim
é sempre o mais sombrio
Assim como o querer
nem sempre é poder
Assim como o amor
nem sempre é amor.
Eis a primeira...
A pior de todas
mas o melhor pra mim (?)
Deu-se o início,
agora tudo se aproxima do final.
Desculpe-me...
Mas preciso pensar
um pouco mais em mim.





"O que eu lembro de nós e teria tanto para lembrar,
são apenas as mãos entrelaçadas

naquela tarde, numa mesa de calçada,
era um bar, nada mais havia para conversar

tentamos dizer as últimas palavras,
dar um epílogo decente ao nosso amor

mas nenhum sentimento era soletrável,
parecíamos dois gagos
rumo a desistência [...]"
(Martha Medeiros)

domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa

A Páscoa é um tempo de passagem, de atravessarmos barreiras,
de lembrarmos e agradecermos por todo sofrimento
que Jesus Cristo passou, a fim de nos salvar de todos os pecados.
A Páscoa cristã relembra com muita fé e gratidão
a morte e ressurreição do Filho de Deus.
Mas e nos dias atuais, será mesmo essa
a maior comemoração da Páscoa?
Quando você pensa em Páscoa, o que lhe vem a cabeça?
Presentes? Visitas de familiares?
Ovos de chocolate? Ressurreição de Cristo?
Estamos inseridos dentro de um mercado consumidor
que expande seus domínios a cada dia.
Qualquer data comemorativa vira promoção,
liquidação, longas prestações...
Tudo visando lucro, dinheiro e capital.
Claro que precisamos lembrar, que o comércio vive disso,
e todas às vendas são a garantia de uma continuidade nos negócios.
Mas e nós, que alimentamos todo esse consumismo,
estamos nos lembrando do verdadeiro sentido da Páscoa?
Paramos em algum momento para pensar,
em todo sofrimento que Cristo passou por nós?
Estaremos realmente dispostos a ver mais além,
do que apenas os ovos de chocolate que o 'coelho' irá trazer?
Desde pequenos o que nos encanta é essa magia,
de acordar pela manhã e procurar os ovos de chocolate.
Ganhar o maior de todos é o que nos satisfaz.
Inúmeras vezes, apenas lembramos do real significado da Páscoa,
quando nossos pais nos convidam à ir até a igreja.
É mais bonito, é mais simples, é mais cômodo
ver apenas a beleza consumível dessa época.
Mas se em algum momento, formos capazes de lembrar,
que através da morte e ressurreição de Cristo,
podemos ter hoje, um mundo melhor,
seremos também capazes de abrir nossos corações
e permitir que o maior presente de todos nos habite:
O amor de Deus.

Feliz Páscoa à todos.
Que estejamos abertos às mudanças
e que a presença de Deus seja companhia constante em nossas vidas.




PS: este texto não tem nenhuma finalidade de instalar ou divulgar algum tipo de religião ou crença. São minhas opiniões, expostas de forma franca e totalmente abertas à pensamentos e idéias que não sigam a mesma linha, dos meus.