terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Dois Mil e Doze

Quando o ano novo chegar, vou lembrar de você. Da última noite, há exatamente dois longos anos atrás. Do último beijo e do último olhar saudável que trocamos. Porque depois disso, lágrimas e cicatrizes reinaram entre palavras que nunca foram ditas. Quando os fogos levarem meus olhos ao céu e o barulho das ondas do mar invadir meus ouvidos, vou lembrar também de mim. De todos os sorrisos e de todas as dores, as quais nunca me deixaram esquecer das minhas limitações e, ao mesmo tempo, me mostraram que eu poderia ir um pouco além. Sempre. Quando o ano novo chegar, vou criar coragem e fazer um pedido: quero paz. Muita paz. Porque durante esse ano senti falta da presença dela ao meu lado. E no final de tudo, sei que, inevitavelmente, vou lembrar de nós dois. De tudo que idealizei e que não se concretizou. Mas, ao mesmo tempo, vou saber que não dói mais. Não tanto. Porque com as perdas, aquelas inevitáveis mesmo, a gente aprende a deixar que outras pessoas se aproximem também. Talvez a meta do próximo ano seja deixar que estas mesmas pessoas permaneçam, ao invés de cortar  laços antes mesmo de realmente estabelecê-los. Ou quem sabe, a meta seja simplesmente deixar que o novo ano me surpreenda, como sempre deve ser. E no fundo, tenho mais um pedido: quero poder surpreendê-lo um pouquinho também.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Laços cortados.

Gostaria de ser lembrada nos dias de sol, da mesma maneira como me buscam nos temporais. De criar laços sinceros, de significar algo e de ter a certeza sobre a reciprocidade de um sentimento. Porque estar na condição de alguém que vale a jornada, é muito diferente de ser alguém que apenas serve de parada obrigatória, ao longo do caminho. E é exatamente nessa posição que me encontro. A constatação foi dura e negar a realidade foi quase um apelo desesperado, afinal eu não estava preparada. Se é que alguém está. Pedidos de desculpa sempre foram o suficiente. Hoje vejo que o suficiente nem sempre basta. O que conforta é saber que os poucos e verdadeiros continuam aqui, enquanto os que sempre foram essenciais desapareceram frente a primeira nuvem que resolveu surgir. No final a gente aprende, mesmo que seja da pior maneira possível.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Apenas um.

E hoje tu vais andando e enganando, dia ou outro, a felicidade. Porque mesmo ludibriada, ela continua aparecendo através das nuvens. Igualzinho ao sol, o provedor da mais bela luz que um dia alguém te ensinou a ver e a amar. O mais difícil, porém, é contemplar sozinha o que sempre foi sentido por dois corações.