quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dois mil e treze

Há quase um ano atrás, resolvi escrever sobre o que eu esperava do ano que transcorreu. Relendo minhas palavras percebi que muitas das minhas expectativas foram alcançadas, enquanto outras se perderam. Mas acredito que o mais sensacional de tudo foi perceber que hoje desejei voltar a escrever sobre o que espero do ano que está por vir. Ou seja, eu quis mais, o que não deixa de ser fantástico, considerando algumas circunstâncias.

Dentro da minha retrospectiva pessoal percebi que sim, eu sorri muito. A autocobrança continuou andando ao meu lado, mas eu me permiti desviar o caminho, vez em quando. E sobre as frustrações? Claro, existiram. Mas minha capacidade de tolerá-las e de superar as mudanças foram um fato muito mais real do que até então eu tinha conseguido alcançar.

Sobre meus avós, confesso. A ausência da minha parte foi muito maior do que a presença. Mas há um detalhe: eu senti que cada encontro foi muito, mas muito lindo. Eu os amo e não os considero como uma segunda família, mas sim parte do primeiro escalão: os melhores. 

Sobre o corpo, a dieta e minha asma obtive um enorme sucesso. E tudo isso sem emagrecer absolutamente nada. Digo que tive sucesso porque aprendi a me perceber de novas formas. Observei que sou linda quando estendo meu auxílio a um idoso frágil com sua super polifarmácia e que parece ter sido esquecido por àqueles a quem um dia chamou de família. Descobri que sou linda toda vez que falo no mesmo idioma destes senhores que nunca puderam se orgulhar de serem descendentes de alemães quando saíam de casa. Descobri que sou mais do que bonita quando abraço e conforto o paciente que perdeu seu companheiro de uma vida toda. Da mesma forma, notei que cada lágrima que brota dos olhos de uma mãe são de puro agradecimento, frente a certeza de que seus filhos estão em boas mãos. Descobri que sou ótima exatamente por ter falhas. E acima de tudo, descobri que sou humana e ando acertando alguns dos tantos pulos que dei durante o ano.

Esqueci o que doía. Me permiti abrir sorrisos novos. Deixei que outras pessoas me conhecessem. Vivi a vida e algumas vezes corri de volta ao quarto escuro, mas sempre voltei. Acima de tudo, acreditei.

Sobre a Psicologia, não há afirmação maior sobre mim do que ela, durante este ano. Cada noite de sono perdida valeu cada linha de aprendizado durante o semestre. Sei sobre o que quero ser quando crescer, e isso me fascina.

Me surpreendi olhando para os lados. Me venci tirando a habilitação. Me libertei esperando menos dos outros. Me amei, estendendo a mão a quem me buscava. Me (re)conheci, todas as vezes em que foi necessário chorar. Me (re)construí, deixando o tempo de ontem para trás. Me decepcionei, frente a desumanização que ainda paira sobre algumas realidades. Vivi, porque a vida não merece nada menos do que isso.

E bem, sobre o tempo de cada coisa? Minha segunda meta de dois mil e doze passou a ser um processo. Talvez o maior pelo qual eu estou me permitindo e desejando passar. Compreender que há um tempo para cada coisa é importante. Mas fundamental é olhar para o meu próprio tempo frente ao que a vida irá me oferecer. O acaso até se responsabiliza por algumas coisas, mas quem comanda o que há de ser sou eu. E quero aprender sempre mais, todos os dias, sobre o que é singular e único: o meu tempo.

Dois mil e doze me surpreendeu muito: me trouxe um novo emprego, um novo amor e novos objetivos. Antes do fim, trouxe lágrimas e me fez compreender que gostar nem sempre basta, afinal o amor é sempre uma via de mão dupla. Mas pensando bem, apesar dos apesares todos o ano foi doce. 

E como diz o Caio "mas que seja bom o que vier, para você, para mim".

Assim sendo, viva 2013, por que todos nós merecemos!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Descaminhos

Inevitavelmente, gostamos das pessoas. Esperamos sempre além do que deveríamos, mesmo sabendo que o perigo ronda este caminho. Acreditamos, desejamos, amamos, imaginamos, construímos e, da mesma forma, caímos. Estranho é tentar compreender como a vida se mostra para gente. Traz pessoas incríveis, traz sorrisos, traz abraços e, sem mero acaso algum, te mostra que é hora de seguir outro caminho, mais uma vez. Somos responsáveis pelo que escolhemos e pelo que sentimos. Assim sendo, essas perdas exigem processos. E é preciso se permitir sentir dor. Não para sempre. Mas hoje sim. E até a hora em que estivermos prontos para dar o próximo passo, como sempre deve ser. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Hoje.

Quando a ansiedade dá uma trégua, deixo de buscar por entre as curvas do amanhã, o que ele poderá me reservar. Ao menos sei do que não gosto agora. E com isso, pinto todos os dias, o meu céu de azul.

sábado, 6 de outubro de 2012

Sobre novos finais.

Hoje era dia de sol e foi então que ela soube que era necessário deixar que a luz voltasse a fazer parte dos seus dias. Juntou cartas, fotos, presentes e resolveu que era hora de se despedir de mais uma história sem final feliz. Também chorou, como alguém que chora frente à perdas não planejadas. Sentiu a mesma dor de sempre: sem nome, sem rosto, sem definição. Dor esta que a afasta de novos momentos de paz por causar um tamanho cansaço, uma vontade de nada e um desejo de silêncio, produto deste coração partido, mais uma vez. Porém, não há culpa, afinal a história mereceu cada sorriso enquanto aconteceu. Não há rancor, porque o amor nem sempre encontra sentido em ambos. Há só uma tristeza e um medo de que o momento de realização plena não aconteça, ou chegue tarde demais. Dentre algumas certezas que ainda permanecem, está aquela que diz: é hora de se recolher e voltar a buscar a compreensão necessária frente ao tempo de cada coisa. O momento há de chegar, porque a vida sempre volta a surpreender. Enquanto isso, a garota esvazia as gavetas, cuida do coração e segue acreditando na luz. Se bastará com o que pode ter agora, porque sobre o amanhã ninguém sabe.

domingo, 23 de setembro de 2012

Mais um fim.

Quando o coração não é mais mocinho, costuma nos avisar sobre o fim do que ainda nem inciou. Insistimos porque os bons momentos ainda valem o esforço, mas no fundo sabemos: quando palavras  não são mais suficientes frente a angústia de silêncios prologados, é hora de se preparar. Compreender a forma de amar do outro nem sempre é fácil, e costuma causar um desconforto extremo, o qual chamamos de dor. Dor esta que muitas vezes não sabemos explicar, a não ser com lágrimas, quem sabe produto do pouco que ainda restou. Afinal você acredita, se importa, faz planos. Mas tudo termina quando alcança o limite do outro. E sobre a posição deste, nem mesmo o nosso amor pode mudar.

domingo, 26 de agosto de 2012

Encontros.

Sentir-se protegido em meio ao caos é privilégio de poucos, e eu venho percebendo que por mais improvável que possa ser,  é neste pequeno espaço de segurança que desejo estar. Ser amado pelo que somos é o que faz valer a pena.

domingo, 12 de agosto de 2012

Dias estranhos.

Hoje eu deveria estar te dizendo o quanto significas pra mim e agradecendo pela oportunidade de viver, porque gostando ou não, ela está diretamente ligada a você. Mas não posso e não consigo, e isso nem Freud anda me explicando direito. Tudo bem... Ultrapasso o dia oferecendo abraços àquele que ocupou teu espaço de forma muito mais humana e me acompanha até hoje.

[...]

Nós nos perdemos faz tempo, só você que não viu.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Believe.

Uma vontade de beijos e abraços que causam taquicardia. Uma saudade de silêncios que aproximam olhares. E um desejo de continuidade que havia sido esquecido. Inegavelmente, seguimos eu e minha incansável esperança, andando de mãos dadas, mais uma vez.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Bons Motivos.

Por mais que a gente negue, o olhar do outro sempre desmente: toda vez que o coração acelera, a gente agradece exatamente por saber que apesar dos apesares todos, alguém continua acreditando nos dias de sol.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ser dois.

Há dias em que a solidão me engana e finge que satisfaz. Excepcionalmente hoje, a lágrima que escorre dos meus olhos entrega a falta que sinto do outro. 

[...]

Descobri que não me basto, mesmo sabendo de mim mesma. 
Porque no fundo, só quero poder transcender à esta condição de estar só.

domingo, 3 de junho de 2012

Bonito mesmo.

Hoje acordei com uma enorme necessidade de compartilhar minha intolerância frente aos padrões de beleza exigidos pela sociedade. Eu, como apreciadora de uma extensa lista de alimentos altamente calóricos e fora das medidas esperadas para uma garota desde sempre, sinto preguiça de gente que se apaixona pelo perecível e faz do outro o seu objeto de exposição. Sinto uma tristeza quando vejo que as pessoas não se dão a oportunidade de transcender e estender um segundo olhar, o qual geralmente é capaz de surpreender. Não estou exigindo que todos aceitem o que o senso comum costuma chamar de 'apaixone-se pela beleza interior', mas apenas estou externalizando a minha decepção frente aos que em nenhum momento são capazes de buscar o que o outro não exibe, ou o que ele esconde, o que o define, o que o torna quem ele realmente é. Triste daqueles que buscam perfeições no corpo e contentam-se com o que tem seu percentual de beleza, mas não sustenta com o tempo. Bonito pra mim é aquele que ouve boas músicas, aquele que sabe apreciar um bom livro e que gosta muito de café. Bonito é quem acorda de manhã e se permite, por pelo menos alguns minutos, apreciar o calor do sol. Bonito é quem tem consciência da necessidade de carregar algo além de um corpo, de um rosto e de cabelos perfeitos. Bonito é quem é capaz de apaixonar-se por alguém que acrescenta algo, que traz paz pro coração. Eu ainda acredito que bonito mesmo, é aquele sujeito que ama sem ter uma lista de pré-requisitos, exatamente para poder se surpreender. Bonito é ser por dentro. É ter singularidade. É ser humano. Mas isso é o que eu acho. Bonito mesmo deve ser amar alguém que também ama você. Simples assim. Ou nem tanto.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escolha certa

Há dois meses me convidaram para o que seria o meu primeiro salto. Aceitei na hora, como quem deseja e sabe que precisa de novos ares para viver. O medo do início se apresentou como algum tipo segurança e hoje, vendo o sol lá fora, as pessoas ao meu redor, os livros e minha xícara de café - sempre salvadora - agradeço. Agradeço aos que me mostraram o quão valiosa posso ser ao estender a mão e apenas ouvir. Agradeço por cada lágrima dividida, porque elas são sinônimo de confiança e de vínculo, o que sempre quis estabelecer. E o melhor de tudo isso é poder perceber que estar ao lado dos outros é o que me faz sentir viva. É o que me transforma e me revigora. É o que me aproxima de mim, cada vez mais. Acho que eu acertei o pulo dessa vez. 

domingo, 6 de maio de 2012

Sobra tanta falta.

Ontem era dia de lua bonita. Então ela saiu com as amigas e foi ver um show. Das letras, sabia de cor só três. Insistiu mesmo assim, era só o clima bom da música que ela queria mesmo. O que ela não sabia, e quase ninguém sabe, é que continuar insistindo em algo que vai contra sua postura, tem um limite. Não dá mais pra fingir que nada está acontecendo e que estar onde estão é o que ela quer. São tantas pessoas, tantos lugares e bebidas cada vez mais fortes. Tudo pra evitar o que está sendo jogado na sua cara: você está sozinha, mesmo acompanhada. No outro dia, além da ressaca que mata, dói saber que as tardes serão outra vez solitárias, porque os que traziam sol aos dias da pequena garota, hoje estão distantes. O que conforta é saber que um dia eles voltam. E até lá, ela precisa aprender a sobreviver, mesmo só.

domingo, 22 de abril de 2012

Vai passar.

Chora menina. Você sabe que o mundo lá fora é cruel e insistir no amor é quase impossível.  Então chora pelas perdas, pela falta de abraços e pela solidão da multidão. Chora, porque dói mesmo e sangra muito. E chora, pra poder lavar tudo. Afinal se amanhã é dia de sol, significa que um dia a chuva também passou.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dor sem nome

É claro que dá muito medo de tentar outra vez. Mas não é medo do amor propriamente dito. Esse é e será indefinível para sempre. O que realmente angustia é a possibilidade de perder o pouco que ainda restou, e que só voltei a encontrar depois de compreender meu próprio tempo. Hoje sei mais sobre o que espero de alguém e também sobre o que espero de mim. E talvez tomar consciência de uma pequena parte que é unicamente minha tenha me deixado com receio de que alguém descubra algo que vai além da minha autopercepção. Porque quando alguém descobre, se apodera, transformando o que era meu em teu e o que era teu em nosso. No final de tudo, perder o que é dos outros machuca. Mas viver sem o que sempre foi nosso é dor sem nome. É fim.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sobre ser o que se é.

No tempo exato, aprendi a deixar de lado a necessidade de definir ou nomear aquilo que me faz bem,  e tive a impressão de que a vida sorriu de um jeito mais bonito. Não foi necessário criar um rótulo para o dono da minha taquicardia. Ele é apenas o que ele pode ser agora. E algo nunca me foi tão suficiente como ele hoje é.

sábado, 31 de março de 2012

Luta inconsciente.

Me coloco na posição de quem não sabe. Nos últimos tempos só tenho dado conta de me enganar. Talvez por que estar consciente seja o mesmo que reviver você. E eu não posso, não devo, não ouso voltar. Por enquanto, reprimir tem sido a melhor maneira de fingir que o mundo ainda é azul.


domingo, 18 de março de 2012

Da tua boca.

- Você está sentindo medo?

- Não.

Silêncio.

- Me sinto protegido... Quente.

Silêncio.

Taquicardia.

- E mesmo que seja só por um momento, me sinto amado.

domingo, 11 de março de 2012

Você apareceu.

Quando você se depara com a dor do outro, é inevitável voltar a lembrar da sua. Quando os olhos se encontram e denunciam dois corações machucados, abraços sem fim são tudo que conseguimos oferecer. Às vezes dá vontade de simplesmente segurar a tua mão e te levar embora, pra juntos podermos esquecer aquela dor estampada na cara que sangra, corta e machuca por dentro. Segura minha mão, acredita nesse caminho por mais cedo e estranho que possa ser. Hoje senti falta do abraço de ontem. E o medo surge quando eu paro pra pensar aonde você poderá estar amanhã.

domingo, 4 de março de 2012

Incógnitas.

O seu perfume era ótimo. O toque das suas mãos era quente. O rubor de seu rosto carregava um pouco de inocência. E o abraço apertado denunciava um coração em plena taquicardia. A soma de todos estes fatores trazia um resultado de risco. Mesmo assim, era enorme a vontade de que estas junções se repetissem. Estranho é saber que o resultado poderá ser negativo, e mesmo assim continuar levando adiante uma fração que nunca soube, e talvez nem saberá resolver. Talvez porque um meio, seja sempre um meio. Nunca igual a uma parte de dois.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sobre o sonho de ser Psicóloga.

Desde que tomei consciência de que algum dia eu teria que desenvolver uma profissão, sonhei com a medicina. Fato que hoje me intriga um pouco, afinal a visita ao médico sempre me deixava numa angústia combinada com uma louca vontade de chorar. E confesso, já chorei muito em consultórios médicos.

Bom, depois que optei pela medicina, isso lá pelos sete anos e com pouca ou quase nenhuma informação a não ser uma estranha vontade de estar do outro lado da mesa, ao invés de ser somente um paciente, descobri que eu, depois de muitos anos de estudo, precisaria me especializar em alguma área. E também tive uma das minhas primeiras frustrações em relação ao meu sonho: medicina não era compatível com o orçamento dos meus pais.

Depois dessa minha frustração, minha mãe começou a me falar sobre universidades federais, das quais eu confesso, não entendia muita coisa. Só sabia que se eu realmente quisesse me formar em medicina, eu precisaria estar em uma delas. O tempo foi passando e toda vez que alguém me fazia aquela famosa pergunta:  ‘- O que você quer ser quando crescer?’, eu continuava respondendo:  - Quero ser médica.

No início, já um pouco mais crescida, pensava em me especializar na área da pediatria e mais tarde, tinha o sonho de ser ginecologista. Pois bem, minha mãe alimentava meu sonho e nunca disse que seria impossível, até que eu comecei a me perguntar se realmente era isso que eu sonhava pra mim.

Lá pelos onze ou doze anos descobri o futebol e encontrei algo que me realizava plenamente. Sei que é difícil explicar porque correr atrás de uma bola, ou no meu caso defender uma bola, já que eu era goleira, poderia ser capaz de exercer um fascínio e uma sensação de bem-estar tão grande em uma única pessoa. Não sei explicar, mas eu sei que eu sentia tudo isso e muito mais. Joguei por muitos anos, competi com a escola, ganhei campeonatos, sofri grandes decepções, adquiri amigas, conheci lugares e comecei a repensar sobre o que realmente me dava prazer. Fui convidada a jogar num time semiprofissional, mas devido à distância e a tristes situações que meus pais descobriram envolvendo o técnico do time, não pude iniciar o que, naquele momento, era um dos meus maiores sonhos.

Pois bem, depois de começar a buscar outra alternativa, que na realidade nunca havia sido deixada de lado, afinal eu sempre tive consciência de que jogar futebol poderia me dar prazer, mas eu precisava de algo que me trouxesse um conhecimento teórico e mais aprofundado também. Foi aí que eu descobri a psicologia.

Quando completei quinze anos, minha mãe ficou doente. Foi uma das épocas mais difíceis pelas quais nós passamos. Quando digo nós, me refiro a mim e a minha família. Eu tinha quinze anos recém completados, digamos que uma certa maturidade adquirida pelo trabalho desde os doze anos, mas naquele momento, nada poderia substituir a falta que eu sentia da minha mãe. Era como se ela estivesse completamente alienada em um mundo diferente do real. Foi quando eu descobri que o que ela tinha se chamava depressão e que sim, ela se sentia em um mundo muito diferente do mundo que realmente existia.

Pesquisei sobre o assunto e adentrei em um campo que não era totalmente desconhecido pra mim. Minha professora de artes já havia nos apresentado a atividades relacionadas à psicologia, devido ao curso de arteterapia que ela estava concluindo.

Pois bem, me apaixonei pelo que li e pelo que aprendi com a minha professora. Mas a psicologia me ganhou no momento em que minha mãe começou a fazer terapia com um psicólogo. Era incrível e reconfortante ver ela entrando naquela sessão de um jeito e saindo com o rosto lavado de tanto chorar, mas com um pequeno sorriso, que foi crescendo de sessão à sessão, me dando a certeza de que era isso que eu queria fazer por grande parte da minha vida: proporcionar aos outros aquela luz no fim do túnel que eu via nos olhos da minha mãe, toda vez que ela saía daquele consultório.

Mais tarde, comecei o tratamento também e então não tive dúvidas. Um psicólogo não trata somente de pessoas com transtornos mentais ou loucura, como costumam chamar na minha pequena cidade. Um psicólogo, acima de tudo acredita no sujeito que vem até ele. Ainda mais quando todos os outros deixaram de acreditar.

Hoje eu sei que o meu sonho não era ser médica e sim auxiliar de alguma maneira, ou mesmo ajudar a  cuidar dos outros. E sobre o futebol, acho que foi com ele que eu aprendi que eu poderia ser capaz de conseguir.


*Texto elaborado para disciplina de Orientação Profissional e Desenvolvimento de Carreira, ministrada pela professora Charlotte Beatriz Spode. Pensei em compartilhar com vocês também.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Peça chave.

De repente ela sentiu um frio na barriga. Gostou do toque das suas mãos. Logo em seguida, foi como se tudo ao redor ficasse em silêncio. Depois do beijo, ela quis eternizar o momento. Teve lapsos de consciência e sentiu medo dessa repentina vontade de ficar. Terminou a noite sozinha e voltando pra casa, não pode deixar de lembrar do que acabara de sentir. No fundo, teve muito medo de que o coração lhe pregasse outra peça. Mas sorriu, por ter a certeza de que algumas peças são a chave fundamental de um quebra-cabeça. Ainda mais se ele for capaz de remontar toda uma vida.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Idas e vindas.

O que restou foram nossos olhares em meio a escuridão. Quando a saudade e a espera transbordam, o coração cansa de acreditar e busca na multidão algo que lhe faça esquecer, por pelo menos um momento. No dia seguinte, tentamos nos redimir e voltar a lutar  pelo que realmente é importante, mas palavras nem sempre curam. Descobrimos que temos nosso próprio tempo, e entre o início e o fim, mãos dadas nem sempre são o suficiente.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Só.

Noite de sábado. Programa com as amigas, cabelo arrumado e o coração na mesma. Sorriso no rosto, pra evitar perguntas para as quais você não tem resposta. Bebida, música, pessoas. De um lado, sua amiga engata um papo com o garoto dos olhos bonitos. Do outro, você vê a mesma cena entre um casal de desconhecidos.  É bonito ver a sintonia que envolve aqueles que olham nos olhos um do outro e sabem que é ali que gostariam de ficar, por uma noite ou para sempre. É quase mágico ficar imaginando o coração acelerando, as mãos suando, o rosto ruborizando. E assim, você vai transcorrendo à noite apenas observando o clima de romance, seja ele verdadeiro ou não. No final, com o cabelo desalinhado e com os sapatos na mão, você volta pra casa desejando um pouco disso tudo. E no fundo, fica imaginando o que pode estar acontecendo para que você , há muito tempo, não saiba mais entrar na roda e deixar que alguém segure a sua mão.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Abraça o que te faz feliz.

Ela teve uma vontade louca de sair gritando sobre a felicidade que sentia. Não havia amor, não havia novos amigos, nem havia menos solidão. Só havia a certeza de que um dos seus desejos mais sinceros estava pronto para acontecer. Estranho é pensar que a felicidade tem dessas coisas: se um dia parece tão distante, no outro pode estar presente.  A parte mais bonita disso tudo, foi perceber que às coisas realmente acontecem quando estamos preparados para recebê-las . E hoje, a garota atravessou o dia de braços abertos.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Segredo.

- Qual é a tua melhor parte, aquela que mais te agrada?

Silêncio.

- Gosto da minha calma com os outros, ela respondeu.

- E o que mais? Ele insistiu.

A garota silenciou. No fundo, ela sabia que a sua parte mais bonita, era também a mais triste.

- Eu suportei, foram as suas últimas palavras.

E assim ela partiu, deixando que suas lágrimas se misturassem ao sorriso mais sincero que soube dar.

[...]

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sem final feliz.

Compreendi cada palavra e não consegui engolir o choro.  Escutei o que sempre esperei ouvir, mas numa situação totalmente diferente da que eu imaginava. Eu e minhas idealizações que só me fazem levar um tombo cada vez maior.  Sobre as lágrimas, não sei explicar.  Talvez quando você me disse que não daria continuidade ao início, eu tenha percebido o quanto odeio os finais. 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Tremendamente humana.

Eu não disse que nunca mais sentiria saudade. Não prometi que deixaria de te ouvir quando você precisasse. Não sugeri que o melhor seria encontrar um novo amor. E também nunca achei que levaria tanto tempo para que eu pudesse partir. É estranho como a gente se engana sobre nossas próprias certezas. Ser humano é meio assim, por isso que vale a pena. Acho eu.

domingo, 8 de janeiro de 2012

2012 e alguns desejos.

Sabe todas aquelas metas que começamos a idealizar quando o ano novo bate a porta e que, geralmente, anotamos num papel, na agenda ou mesmo num simples bilhetinho? Pois bem, em 2012 decidi fazer também. Talvez ao término do ano, alguns desejos de agora não façam mais sentido. Mas, tudo bem. Hoje é nisso que acredito e, ao mesmo tempo, a possibilidade de agregar ou mesmo perder durante esta nova caminhada parece deixar o percurso mais emocionante. Mais vivo.

Lá vai...

1- Quero sorrir mais. Chega de cobrar tanto dos outros e principalmente: chega de exigir tanto de mim mesma. Não significa que vou deixar que a vida me leve, mas preciso compreender que, em algumas situações, é ela que vai e deve assumir o comando.

2 - Quero poder compreender o tempo de cada coisa. Não ser tão ansiosa e nem deixar que se perca. Uma medida certa, mesmo sem ser exata.

3 - Quero passar mais tempo com meus avós. Sinto falta desse carinho que só eles sabem oferecer.

4 - Quero emagrecer. E não só por uma questão de estética, mas também porque minha querida asma e sua parceira bronquite alérgica agradecem.

5 - Quero esquecer, definitivamente, o que dói e não tem volta. Mais um ano seria uma autossabotagem grande demais. Preciso parar, já.

6 - Quero deixar que a Psicologia continue me encantando e que, cada vez mais, eu me encontre nisto que escolhi ser, quando crescer.

7 - E por fim, quero surpreender. A mim mesma, principalmente. Quero me ver solta e nem sempre segura. Eu preciso descobrir este lado que existe, mas que insisto em reprimir. Deixa vir, deixar fluir. Me (re) conhecer vai ser uma aventura emocionante.


Lá no final, quando 2012 estiver partindo, vou voltar e descobrir até onde fui capaz de ir.