Hoje acordei com uma enorme necessidade de compartilhar minha intolerância frente aos padrões de beleza exigidos pela sociedade. Eu, como apreciadora de uma extensa lista de alimentos altamente calóricos e fora das medidas esperadas para uma garota desde sempre, sinto preguiça de gente que se apaixona pelo perecível e faz do outro o seu objeto de exposição. Sinto uma tristeza quando vejo que as pessoas não se dão a oportunidade de transcender e estender um segundo olhar, o qual geralmente é capaz de surpreender. Não estou exigindo que todos aceitem o que o senso comum costuma chamar de 'apaixone-se pela beleza interior', mas apenas estou externalizando a minha decepção frente aos que em nenhum momento são capazes de buscar o que o outro não exibe, ou o que ele esconde, o que o define, o que o torna quem ele realmente é. Triste daqueles que buscam perfeições no corpo e contentam-se com o que tem seu percentual de beleza, mas não sustenta com o tempo. Bonito pra mim é aquele que ouve boas músicas, aquele que sabe apreciar um bom livro e que gosta muito de café. Bonito é quem acorda de manhã e se permite, por pelo menos alguns minutos, apreciar o calor do sol. Bonito é quem tem consciência da necessidade de carregar algo além de um corpo, de um rosto e de cabelos perfeitos. Bonito é quem é capaz de apaixonar-se por alguém que acrescenta algo, que traz paz pro coração. Eu ainda acredito que bonito mesmo, é aquele sujeito que ama sem ter uma lista de pré-requisitos, exatamente para poder se surpreender. Bonito é ser por dentro. É ter singularidade. É ser humano. Mas isso é o que eu acho. Bonito mesmo deve ser amar alguém que também ama você. Simples assim. Ou nem tanto.