Às vezes fico me perguntando por quantas tentativas frustradas ainda terei de passar até que a calmaria se estabeleça. Não uma calmaria que signifique rotina, mas algo que me conforte e me traga ao menos uma certeza, dentro desta vida cheia de dúvidas. O mais estranho é que a cada nova esperança que surge, soa também um alerta que diz: não ouse acreditar que agora pode ser diferente. Talvez isso seja resultado de marcas que deixaram cicatrizes à mostra, ou mesmo um grande receio de deixar que alguém chegue ao principal. Assim como canta seu Humberto Gessinger, a dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza, eu transcorro os dias sempre desconfiada, quase rejeitando toda amostra de felicidade que aparece. O medo maior é o de trancar as portas e acabar esquecendo também a posição das janelas, pois são poucos os que parecem dispostos a tocar a campainha pela segunda vez. Quando, quem sabe, eu teria coragem de atender.
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