sábado, 14 de agosto de 2010

Palavras ao vento

Hoje palavras ao vento surgiram em meu caminho.
Foram tão simples, mas tão raras.
E aquele turbilhão que eu acreditava estar adormecido,
mostrou às caras novamente.
Se tudo que ouvi hoje for baseado em sentimentos reais, vai doer.
Vai doer saber que o que nos separa foi tudo que aconteceu
naquela noite fatídica, onde o que deveria ter predominado era o amor,
mas apenas existiram indícios de um caminho nebuloso pela frente.
E este caminho se estendeu por mais algum tempo.
Até que o que era óbvio, aconteceu.
Apesar de doer como doem todas as perdas, eu renunciei
a todas as formas de futuro que poderiam surgir.
Não renunciei por acreditar que a luta estava perdida,
mas sim por saber que estava sozinha nesta empreitada.
E um objetivo desse feitio, só pode ser alcançado
com esforços conjuntos de ambas às partes.
A partir de então, seguimos nossos rumos como a vida nos exige.
O problema é que possuo uma incrível inclinação
à procurar indícios onde não há.
Dessa minha dita peculiar característica, trago momentos bons e ruins.
Bons são aqueles onde posso acreditar que dentro
de um ser humano existe o mais belo dos conteúdos, desde que
o observador saiba atingir o ponto-chave.
E ruins, são os mesmos, porque eu sempre acho
que existe este dito conteúdo. E sempre não é real.
Quantas vezes escondi a realidade, buscando desculpas
que pudessem satisfazer o que eu queria que acontecesse?
Quantas vezes me auto-enganei, acreditando
que um deslize não era cometido de má fé, mas sim porque
às emoções do próximo estavam confusas?
Me diga quantas vezes você se encontrou nesse meio?
Somos todos assim. Hoje, amanhã e sempre.
Nos enganamos para tentar evitar a pior verdade.
Lembranças de momentos ruins são excluídas, afinal
elas pesam na consciência e podem atrapalhar o que
seria a nossa felicidade.
Queremos esconder tudo de ruim, porque nossa urgência emocional
soa um alerta dizendo que a solidão não é boa companhia.
Descobrir que um sonho acabou nunca é fácil.
Abre sulcos grandiosos na nossa arte de sentir.
Requer tempo até que exista uma volta.
Mas com certeza dói menos do que se enganar.
Acreditar que amanhã ele ou ela vão voltar.
Que amanhã, o casamento vai renascer.
Que amanhã, o perdão vai surgir.
Que amanhã, o amor vai estar ali.
Amanhã, que fica para amanhã, para depois de amanhã
e assim sucessivamente, num ciclo que ao invés de nos trazer vida,
nos traz a morte e uma dependência afetiva cruel e devastadora.
Eu sei que dói admitir que ela não o ama, ou que ele
não quer ser seu namorado.
Dói saber que é por outra pessoa que seu coração bate.
Mas cultivar palavras ao vento que podem não significar nada
pra quem às lança, é um meio muito pior
de sofrer a dor pela perda do amor.
Precisamos estar cientes de que quando existe o amor, não há meios
que o impeçam de acontecer.
Tudo é válido quando queremos dividir tudo que nos move.
Então se às desculpas são maiores do que a luta necessária
para a consolidação de um sentimento, não piore as coisas.
Insista até perceber que existe algum tipo de insistência
vinda do outro lado.
Mas se não houver, saia dignamente de cena.
Nunca é fácil. Recaídas com certeza são constantes.
Mas aprenda que o amor, quando é amor,
acontece mesmo, apesar de tudo e de todos.
Hoje, adoraria acreditar em tudo que ouvi.
Quem sabe um dia, quem sabe exista verdade...
Mas precisa ser real, caso o contrário não vinga mais.










Só um lembrete: se for real, por favor não deixe
que o tempo leve o pouco que ainda existe aqui.








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