sábado, 28 de agosto de 2010

Por favor, volte

E os dias, sempre iguais, continuam.
E aquela vontade de mudar, onde se perdeu?
Um dia quis ser especial.
No outro quis mudar o mundo.
Depois tentou fazer algo melhor.
Mas hoje, não há mais nada.
Ela segue a linha do convencional sem ânsia nenhuma.
Os dias estão pesando e a solução está no quarto escuro.
A pressão faz um giro de 360º ao seu redor.
E ela, perdida como está, apenas cai, se encolhe, sempre mais e mais.
O que antes era fácil, agora já parece difícil.
E o tempo, apesar de tudo, ainda pára naquele instante.
Às vezes é somente o que já passou que lhe faz bem.
E o arrependimento por ter deixado de lutar a consome.
E se...?
Reticências são o que sobrou de algo que ela não soube ter.
Então assim é o hoje, que vai se misturar com o amanhã
e se perderá no futuro, esperando que algum dia ela
encontre o seu lugar.
Afinal, perder-se nem sempre é um caminho.
Ainda mais, quando a solidão não satisfaz mais tudo que é necessário.









"Talvez seja esse o problema. Uma vida sem manhãs.
Estranho é que não escolhi. Não consigo precisar o momento em que escolhi.
Nem isso, nem qualquer outra coisa, nem nada. Foram me arrastando.
Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente,
se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita.
Se houve, eu não lembro.
Tenho a impressão de que a vida, as coisas foram me levando.
Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito.
Sem se importarem se eu não queria mais ir.
Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui.
Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando pra acontecer.
O problema é que essa coisa talvez dependa de outra pessoa para começar a acontecer.
Toque nela com cuidado - ele disse - Senão ela foge.
- A coisa ou a pessoa?
- As duas."

(CFA)


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