segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A vida está aqui

Depois de vários meses sem uma postagem considerada racional,
resolvi postar minha redação feita no vestibular da Unisinos, (2010/2).
A proposta estava engajada em dois temas distintos:
1 - "Você acredita que os reality shows podem trazer ensinamentos positivos
ao público que assiste a eles?" Fundamente sua tese em argumentos consistentes.
2 - "Qual a sua posição em relação às terapias alternativas?"
Fundamente sua tese em argumentos consistentes.
Optei pela primeira opção, porque confesso que não possuía nenhum tipo de argumento consistente em relação à terapias alternativas.
Acho que deveria me esforçar mais. É.
Peço perdão se a redação não puder se enquadrar em algo satisfatório,
mas foi o que consegui apresentar naquele momento, meio tenso,
mas significativo em grande escala dentro da minha vida.
Então, vamos ao começo...

Durante muito tempo, a televisão foi um aparelho eletrônico
destinado a minoria da população.
Antes dela, o diálogo ganhava mais espaço e mais cor
dentro da vida de cada um.
Com a chegada deste meio de comunicação, a festa estava programada
com base na grade de programações de um determinado canal.
Reunia-se a família e ao apertar de um botão,
nossos olhos se enchiam com a 'melhor imagem'.
Assim como a televisão foi fruto da evolução e do progresso,
sua programação também deveria evoluir gradativamente.
Haveria de ter algo que pudesse fazer com que às pessoas
se identificassem cada vez mais com este meio.
Foi então, que eles surgiram:
Reality shows, sejam bem-vindos à minha casa.
A realidade humana vigiada por inúmeras câmeras.
A vida alheia ao alcance de um clique.
Horas e horas observando a convivência diária
de pessoas totalmente desconhecidas.
Parece meio sem sentido. Mas acreditem, para muitos não é.
Assistir a uma nova realidade faz com que a grande maioria da população,
por pelo menos algum momento, esqueça da sua própria vida real.
Problemas, transtornos, fracassos e perdas saem do foco principal.
Deixamos de acreditar que somente nossa vida parece seguir sem razão de ser.
É uma fuga do cotidiano e do real impiedoso que às vezes nos é imposto.
Por momentos não nos sentimos tão deslocados
como nos encontramos no mundo lá fora.
Porém o detalhe principal, que muita vezes é ignorado,
é que realitys shows tem um início, um meio e um fim
programado antecipadamente.
As situações vividas dentro deste tipo de programa
podem sim ser comparadas com a vida real.
Mas elas tem data, hora e local para acabar.
Muito diferente do que vivemos aqui, no mundo atual.
Dessa maneira, deveríamos compactuar com a idéia
de que ficar horas e horas assistindo a vida alheia pode
nos fazer esquecer um pouco deste mundo louco,
mas não vai mudar a nossa realidade.
Nossa vida está onde nós estamos.
E sua chance de ser selecionado para algum reality show
é realmente muito pequena, comparada a chance
que você tem de viver em seu próprio mundo.
Então viva aqui.
Com certeza é isso que merece fazer parte
da sua grade de programação.






Se hoje tivesse a oportunidade de escrever a mesma
redação novamente, com certeza diversas mudanças seriam feitas.
Mas o momento era aquele. E eu, era aquele momento.
Então, foi o conjunto de tudo isso que me guiou até onde pude ir.






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