domingo, 11 de setembro de 2011

Pedaços que ficam.

Recordar as turbulências do passado é sempre desagradável. E mais difícil ainda é constatar que tanto tempo depois, estas mesmas feridas continuam negando qualquer tipo de cicatrização. O mundo que se abre depois da tua janela já é um mar recheado de provações. E perceber que mesmo depois de passar por tudo que te dói lá fora, você ainda vai precisar chorar dentro de um refúgio secreto, chamado família, é realmente esmagador. Porque não há como se conter frente a vícios que não podem ser controlados e que continuam deixando os teus dias - e os dias daqueles à quem você ama - sempre mais cinzas. E, ao mesmo tempo, se sentir impotente frente ao sofrimento daqueles que nem possuem mais voz pra externar toda dor que sentem, acaba te destruindo também. Dentro dos tempos de calmaria - que pareciam estar vingando - você tinha certeza que apesar dos apesares todos, era gratificante estar perto de quem realmente te amava. Mas quando o lado obscuro destes que são apenas seres humanos como você resolve ressurgir, o fundo do poço é quase inevitável. Não há dor maior do que ver  os olhos cheios de lágrimas de alguém que não tem mais controle sobre si mesmo e acaba levando todos consigo, dentro deste mar turbulento e sem sol. Hoje, a esperança há de permanecer, porque deixar de acreditar em alguém que lhe proporcionou a vida, é - e sempre será - a sua última opção. Isto vai passar e nós vamos nos reencontrar, outra vez.

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