sexta-feira, 21 de maio de 2010

Questão de escolha

Nos últimos dias, tenho concentrado meus esforços
nas inúmeras avaliações escolares.
A semana que decorreu foi intensa,
com um ritmo de sete provas semanais.
É necessário, então ainda seguimos a rotina.
Com o nível de bom-humor e paciência esgotados, precisei encontrar algo
que tirasse de mim, pelo menos um pouco, esse foco alucinante.
O que me sobrou? Com certeza, a melhor terapia: escrever.
Em um dos raros momentos de distração desta semana,
resolvi ver como estava esse 'nosso mundo'.
Decidi parar, por alguns segundos,
e dedicar meu tempo a leitura da revista 'Veja'.
Confesso que a matéria da capa vinha me atraindo desde segunda-feira,
aguçando minha curiosidade sobre um assunto polêmico,
mas como o tempo estava reservado à outras atividades,
a revista ficou de lado.

A capa retratava o seguinte assunto:
"Ser jovem e gay.
A vida sem dramas."

Ressalto que o artigo da escritora Lya Luft,
inserido nas páginas seguintes, também foi um convite tentador à leitura.
Mas, voltando ao foco da matéria.
O seu desenrolar é realmente magnífico.
'Veja' colhe depoimentos de homossexuais assumidos,
que retratam a difícil missão de encarar a nova realidade
que lhes é apresentada, a partir do momento em que decidem
viver plenos e convictos, com suas novas opções sexuais.

Em um dos depoimentos uma jovem relata:
"Aos 14, até tentei namorar um menino. Não funcionou.
Um ano depois, quando me apaixonei de verdade por uma garota,
resolvi contar a meus pais.
Minha mãe repetia: 'Calma que passa, é uma fase.'

A aceitação da ideia é um processo lento, que envolve agressões
de todos os lados e decepção.
Sei que contrariei o sonho da minha família,
de me ver de grinalda
e com
filhos, mas a melhor coisa que fiz
para mim mesma foi ser verdadeira.
Por que me sentir uma criminosa por algo que,
afinal, diz respeito ao amor?"


Este depoimento chamou muito a minha atenção, afinal retrata todo trauma
psicológico sofrido por alguém que se dispõe a assumir seus sentimentos,
inseridos fora do convencional seguido por praticamente 'todos'.
Os pais, numa tentativa frustrada de animizar a situação,
a tratam como algo passageiro, irrelevando a real importância de tudo
que está ocorrendo com seus filhos.
Já os filhos, com grande receio da reação dos pais,
escondem sua real escolha, até que não podem mais suportar
todas as dúvidas e incertezas que acometem esta mudança.
A reação dos pais, geralmente já é esperada pelos filhos,
afinal estão cientes de todas as expectativas pessoais
que os pais criaram para seus futuros.
Estas mesmas expectativas serão quebradas,
quando esta fuga do convencional surgir,
trazendo grandes mudanças à perspectiva de todos.
Pude observar na matéria, que os filhos que recebem apoio dos pais
tem em sua difícil continuidade, uma esperança e uma base mais forte,
afinal quem os mais ama, aceitará esta escolha e os apoiará
nas futuras quedas que podem vir a surgir.
Então, concluindo minha linha de pensamento,
com base nesta maravilhosa reportagem publicada por 'Veja',
pude reafirmar minha opinião sobre o assunto.
Sempre considerei a escolha sexual de cada ser humano,
uma decisão única e exclusiva de cada um.
Não importa se seremos felizes com homens ou mulheres,
afinal esta é apenas uma das muitas peculiaridades de cada ser.
Um homossexual não é mais forte nem mais fraco do que um hetero.
São apenas diferentes.
O foco muda. Mas a busca continua sendo pela felicidade plena.
O preconceito? Existe nos dois lados.
Afinal sempre haverá alguém apto a julgar as diferenças dos outros.
O que ainda falta em muita gente, é perceber que estas diferenças
criam os contrastes mais maravilhosos do ser humano,
afinal temos membros, orgãos e corpo estrutural igual,
mas o principal está onde os olhos não veem,
onde o preconceito não existe e a felicidade plena continua reinando.
Porque aceitar alguém com toda sua bagagem emocional,
suas escolhas, suas decisões, erros e acertos,
nos alça até um plano maior, onde o amor sincero predomina.
À 'Veja', meu muito obrigado.
Arte sempre faz bem.
Livre de preconceitos é melhor ainda.




"Cada pessoa tece sua própria versão dos fatos.
Cada um de nós tem uma maneira particular de perceber as coisas,
e há diversos graus de intensidade no sentir, o que torna absolutamente
infrutífera essa perseguição pelo senso comum."
(Martha Medeiros)


"A maior prova de amor que se pode dar a quem se ama
é deixá-lo livre para amar quem o coração dele escolher
para amar..."
(Américo Simões)


"Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram
como certo e nunca mais se libertar, correndo o risco de
não saber mais viver sem um manual de instruções."
(Martha Medeiros)

sábado, 15 de maio de 2010

365 dias...

Naquela noite eu mudei.
Um acesso de loucura (?)
me fez contrariar quem eu mais temia.
Conseqüências catastróficas
nunca imaginadas, aconteceram.
Mas, (ele sempre existe),
por alguns segundos eu fui feliz.
Não sei o que me levou a ação.
Eu que sempre temi certos movimentos...
Minha primeira transgressão
me trouxe marcas eternas.
Doeu. Dói. E doerá sempre.
Existem acontecimentos que a vida
conduz durante o presente e conduzirá
durante o futuro. Nem tudo passa.
Se valeu a pena? Tento acreditar que sim.
Assim como as marcas, a dúvida será eterna.
Passou-se um ano.
Mas é como se fosse ontem.
É como se fosse hoje.
E assim será amanhã.




"Quero esquecer completamente.
E sei que nunca esquecerei."
(Caio Fernando Abreu)



"Das coisas mais triviais às mais violentas,
a dor demora mas chega, para não nos
deixar esquecer."
(Martha Medeiros)

terça-feira, 11 de maio de 2010

O que há?

Não sei...
As pessoas me encontram
mas eu, tão alienada, nem percebo...
É como se meu mundo não fosse este
é como se eu não me pertencesse mais.
A busca por algo cessou.
Continuo andando. Só.
Talvez seja o dia. Talvez a noite.
Ou quem sabe...Não sei.
Será mesmo possível viver sem sentir?
Tolice.
Eu sei.
Mas como eu quero. Desejo louco.
Vontade doida.
Sonho de viver. Só viver.
Viver só.




"Tento me concentrar numa daquelas sensações antigas
como alegria ou fé ou esperança.
Mas só fico aqui parado, sem sentir nada,
sem pedir nada, sem querer nada."
(CFA)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Indignação total

E hoje, MAIS UMA VEZ, um acidente nos bate a porta.
É incrível, mas esse foi o sexto veículo que acidentou-se em nossa casa.
Sem contar, é claro, os que ocorreram apenas na rua.
Assustador, não acham?
O primeiro foi um caminhão que transportava alimentos.
Ele tombou destruindo todo pátio, o portão,
a cerca e a área (recém construída) na casa da vó.
O segundo foi um caminhão de tijolos que, felizmente,
não adentrou o pátio, mas ficou preso no muro,
machucando também algumas pessoas que trafegavam na rua.
O terceiro acidente foi um caminhão do frigorífico aqui do município,
que transportava restos de carne e barris de sangue.
Saldo: duas mortes. Uma tragédia.
O quarto foi um caminhão que transportava areia
para construir nosso laboratório de química, na escola.
Derrubou a cerca, mais uma vez.
O quinto foi um dos mais assustadores.
Os danos foram mínimos, comparados aos outros, mas eis o detalhe:
o acidente ocorreu com um ônibus que transportava 33 vidas,
e nada pode ser mais precioso do que a manutençaõ e a continuidade da mesma.
Saldo: um grande amigo teve a perna amputada.
O sexto então, ocorreu hoje.
Três dias antes da nossa tradicional Kartoffelfest,
envolvendo um caminhão de batatas. Coincidência ou não, eram batatas.
E pasmem, pois o motorista apenas disse:
"-Acidentes acontecem".
É incrível a capacidade com que as pessoas conseguem proferir idiotices.
Sim, todos nós sabemos que estamos sujeitos a acidentes,
mas a velocidade com que muitos irresponsáveis trafegam,
também deve ser relevada.
O caminhão transportava 340 sacos de batata.
Não são 1 ou 2. São 340.
Então eu me pergunto:
-Será o motorista tão inexperiente que não consegue, no mínimo,
avaliar que uma carga tão alta, exige a menor velocidade possível?
- Não conhecendo a rua, não seria possível trafegar numa velocidade inferior?
E mesmo conhecendo, por que insistem em andar tão velozmente?
- Será que ele não percebe, que acidentes podem ser evitados,
quando os motoristas são conscientes?
Abro um único parecer nesta história, para relevar que a curva
foi mesmo mal calculada e é propícia à acidentes.
Mas nada justifica a velocidade com que este motorista (?) conduzia seu caminhão.
Até quando ficaremos nesta situação?
Quantos mais precisarão sofrer e até morrer nesta curva infernal,
para que alguém tome uma providência...
É sempre assim. Chegam os acidentes e aglomeram-se as pessoas.
Inúmeras possíveis soluções são discutidas. Promessas de melhorias são feitas.
E depois de um tempo, tudo é esquecido mais uma vez.
Mas eu, de verdade, cansei de tudo isso.
Cansei de me sobressaltar a cada novo estrondo e
constatar que tudo aconteceu MAIS UMA VEZ.
Cansei de ver pessoas queridas perdendo suas vidas ou
tendo tristes danos em sua continuidade.
Cansei de viver com medo, a cada novo caminhão
que é avistado realizando a curva.
Para mim, promessas não adiantam mais.
Quero ação. Quero gesto. Quero luta.
Algum possível desvio. Uma nova rota, para que caminhões desse porte
não precisem mais realizar esta curva.
Até quando todos estes acidentes vão se repetir?
Até quando vamos criar um sofrimento que poderia ser dispensado?
Até quando pessoas inocentes vão perder suas vidas,
vão ter seus sonhos interrompidos e tantas outras
ficarão com seqüelas físicas e emocionais?
Mais uma vez, TUDO se repete.
E agora, o que fazer?
Esperar até o próximo veículo surgir, trazendo consigo
a sensação mórbida do fim da vida, do fim da esperança?
Estou totalmente indignada.
Espero que existam soluções.
E dessa vez, precisam ser urgentemente, concretas.
Porque se não, todos nós saberemos como será o próximo capítulo
desta triste e real história, sem fim e nem por que definido.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tricolor

O coração acelera.
Os batimentos ultrapassam todos os limites.
Olhos vidrados na tela.
A maior torcida inundando a imagem.
O melhor time dentro de campo.
É uma paixão inexplicável.
Não há maneiras de definir.
É preciso, acima de tudo, sentir.
Emoção. Paixão. Alucinação.
Meu Grêmio. Meu campeão.
Foste o único que soube me conquistar,
chegando ao principal.
Amor incondicional.
Ontem, hoje e SEMPRE.
Tudo por ti.
Mais que um time, és uma vida.
Estarei contigo em todos os momentos.
Por que este "pra sempre" é sincero.
É por isso e muito mais
que te carrego dentro do peito.
Maior sentimento que esse, não há.

Campeão Gaúcho 2010.
O melhor desde sempre.




"Ser gremista é o sonho delirante
de não conseguir na vida
ser outra coisa"
(Paulo Sant'ana)