terça-feira, 12 de outubro de 2010

O tal do dia

Cinco dias e chegam os 17 anos.
Dei pra pensar em tudo que houve e ainda existe por aqui.
Não gosto muito de estabelecer cronogramas, nem de criar metas fixas.
Prefiro chamar de sonhos. É assim que me conecto com às possibilidades do futuro.
Neste ano, decidi que não haverá confraternização entre amigos.
Nunca fui de grandes festas, nem nunca vou ser, mas sempre havia
uma mini-torta e alguns abraços à receber.
À medida em que o tempo passa, ficamos mais seletivos e não nos agradam mais os velhos costumes que achávamos já enraizados em nós. 
A mudança de idade, só reflete um número para preencher a regra social.
No dia em que encaro todos os problemas como alguém que não pode se abalar, tenho dentro de mim um ser com uma idade muito superior a minha.
Mas da mesma forma, no dia em que me encolho e só preciso do meu quarto escuro para sofrer a vontade, sinto como se uma criança ainda governasse essa vida imprevísivel.
E isso é unanimidade.
Todo mundo tem um pouco dessa junção de idades dentro de si.
Certos conceitos que eram fixos, estão sendo deixados para trás.
Não quero mais aquela dependência.
São quase dois anos lutando por algo sem sentido.
Chega um momento em que o foco muda e a vida segue.
Acho que chegou a minha vez.
Algumas dores antigas parecem descansar profundamente.
Outras surgem de uma maneira inesperada.
Entre chegadas e partidas, vou buscando o que há aqui dentro de mim.
Essa busca me conduz, me dá sentido, me alimenta.
Não sendo ingrata, tenho plena consciência de que vivi situações plenas e felizes, e de cada uma delas levo, com certeza, recordações eternas.
Os momentos ruins? Sempre existiram, sempre existirão. Mas hoje compreendo que eles me trouxeram um ganho incalculável, porque moldaram em mim uma estrutura mais forte, para que eventuais quedas e tropeços possam ser contornados com mais firmeza.
Hoje também percebo que nem todos à minha volta farão parte do meu futuro.
Isso também se encaixa nesse processo seletivo que realizamos no decorrer da vida. Já não tenho mais medo de abandonar àqueles que não acrescentam algo realmente significativo aos meus dias.
Dói concluir que algumas pessoas que te acompanharam desde o início não o fizeram por um amor recíproco. O que deveria ser uma relação sincera, de amizade e carinho, acaba por se resumir em sorrisos e palavras nem sempre sinceras.
O bom é perceber, que num momento inesperado, você conhece pessoas acima de todas as expectativas e as mantém firmemente dentro do seu círculo de amizades, afinal elas são realmente valiosas.
Essas, por maior que seja a distância, permanecem intactas para sempre.
No domingo, vou abrir os olhos e pensar: parabéns Muriel, você é uma garota de 17 anos.
Mas muito mais do que esse pensamento, vou desejar largar o que não cabe mais aqui.
Não é uma revolução. Só é uma limpeza necessária.
E uma vez feita, a vida pode seguir, até que a nova bagagem não tenha mais espaço para ocupar o que existe aqui dentro de mim.
Então eu volto e como sempre, começo tudo mais uma vez.








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