Com carinho, daquela garota que você beijou na praia, pela útlima vez.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Carta 2.
Ontem eu te vi mais uma vez. Depois de várias semanas sem nenhum contato, encontrei com teu olhar. Usando minha nova tática de simplesmente ficar indiferente, fingi não estremecer quando nossos olhos se cruzaram naquela estação. Mostrei um sorriso bonito para amiga que estava comigo e foi só. Dentro do ônibus, cada parte do meu corpo tremia devido a adrenalina do nosso encontro. Minhas mãos suavam e meu coração... Bem, ele estava prestes a saltar boca a fora. Mas você não precisa mais saber desses detalhes. Fui fria como nunca pensei que conseguiria ser. Me assustei comigo mesma. Mas tudo parecia bem, depois de alguns minutos apenas absorvendo o silêncio do local. Estava escuro e confesso que minhas lágrimas quase pediram passagem, mas resisti. Decidi ouvir uma música qualquer e ao primeiro som percebi que aquela era nossa faixa. Aquela música que tantas vezes tinha entrado em nossa história. Pensei em excluí-la, mas não consegui. Deixei sangrar bastante, mas não chorei. Acho que começo a compreender que por maior que seja a minha saudade, ela é pequena perto da dor que esse amor me causou. Sei que poderia ser muito mais fácil ligar para você e dizer: 'Ei, estou com saudades, vamos nos ver?'. Mas não posso mais. Fui tão feliz contigo por quase dois anos, mas hoje não posso mais suportar a incerteza sobre o seu amor. Ou me ama ou chega disso tudo. E ontem, quando nos encontramos mais uma vez eu tive uma louca vontade de te abraçar como sempre fazia e ficar corada ao receber um beijo teu. Aquele beijo bom que eu aprendi a amar. Mas infelizmente, as coisas mudaram e hoje sei que não é em mim que você vai pensar antes de dormir. Não é a mim que você vai recorrer quando seu mundo estiver prestes a desabar. Não é comigo que você vai desejar passear pela praia. Não sou mais eu quem vai te deixar envergonhado e segurar firme a sua mão. O que um dia foi a nossa felicidade, ficou no passado. E hoje, eu ainda choro por saber que aquela noite fatídica já nos mostrava que nem tudo seria tão fácil assim. Resistimos o máximo possível, mas ambos sabíamos que simplesmente amar não seria o suficiente em nosso caso. Nos últimos dias evito o contato por saber que é hora de me afastar. Ainda dói, mas estou bem. Acredite. Não há outra pessoa no meu coração, porque não acho que estou preparada para deixar que outro alguém ocupe algum lugar aqui do meu lado. E se você tiver encontrado outro alguém que esteja lhe fazendo feliz, saiba que não sinto ódio nenhum. Não sou egoísta a ponto de achar que somente eu te completaria. Fique bem meu querido. Eu fiquei feliz ao seu lado, mas agora estou aprendendo a ser feliz sozinha também. Mesmo que uma simples troca de olhares ainda me faça estremecer, hoje sei que amar é muito mais do que uma simples taquicardia que esse coração bobo ainda insiste em criar.
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