sábado, 12 de junho de 2010

Buscas distintas

"Procura-se homem/mulher, com mais de 30 anos,
que esteja disposto(a) a manter um relacionamento sério,
livre de vícios e com espírito jovem.
Tenho 30 anos, moreno(a), alto(a), com liberdade financeira."
(Anúncio de Jornal)


"Ela surgiria com uma roupa 'super - sexy', dançando e olhando pra mim.
Entre todos os homens da pista, ela me escolheria.
Andaria três passos e me tocaria.
Trocaríamos os beijos mais calientes e dessa maneira
satisfaríamos nossos desejos."
(Adolescente com suas fantasias)


"Gostaria que em algum momento, ele pudesse perceber
que eu não o quero prender, nem aprisionar: só quero fazê-lo feliz.
Se ele soubesse como me sinto ao vê-lo com outras...
E então, fico pensando se ele realmente as ama
e me culpo por tudo ter dado errado.
Quem sabe um dia nossos erros nos levem ao final feliz.
Agora dói.
Amanhã é outro dia, mais uma vez.
(Adolescente pós-decepção amorosa)


"Fomos casados por 25 anos.
E faz algum tempo que nós percebemos que não erámos mais amantes.
Nos tornamos apenas bons amigos, que adiavam a separação
por medo de suas possíveis conseqüências.
Infelizmente o já insustentável ruiu e o temido, mas necessário, final surgiu.
Compartilhamos momentos incomparáveis juntos, mas acabou.
Ainda dói.
Afinal foi o fim do amor de uma vida."
(Casal recém-separado)


Os depoimentos acima não são reais, mas com absoluta certeza
estão inseridos dentro de diversas situações distintas
que ocorrem na vida dos seres humanos,
ainda mais quando a busca constante se destina
ao sentimento maior: o amor.
Estabelecemos relações afetivas desde muito cedo.
Nossos pais são nossa primeira base de amor e carinho.
Ou pelo menos deveriam ser.
Os amigos vão surgindo e começamos nosso processo seletivo,
para escolhermos à quem vamos doar e de quem vamos receber amor.
Mais tarde (se é que existe tempo exato) surgem as primeiras paixões.
Fontes arrebatadoras de amor e decepção.
Conflitos constantes, ainda mais quando buscamos
nos outros nossa própria aceitação.
Seguimos nossos caminhos.
Eventualmente nos encontramos em outro alguém
e nos deixamos ficar nesta inércia sem fim predeterminado.

Sofreremos inúmeras decepções.
Umas causadas por nós mesmos, a partir do momento
em que depositarmos expectativas soberbas
sobre um simples ser humano.
Em outros momentos, virá a vida nos mostrar perdas devastadoras
que podem nos acometer sem sentido prévio.
Ao fim de um relacionamento, ao fim de um amor,
ao silenciar de dois corações, criamos barreiras em nós mesmos.
Prometemos evitar novos amores e endurecemos
este âmago de sentimentos, à fim de evitar novas quedas.
E por algum tempo, assim seguimos.
Alienados com tudo.
Até que chega uma nova oportunidade, um novo caminho,
um novo rumo e por que não, um novo amor.
Aos poucos abrimos precedentes e exceções.
Claro que o receio e a desconfiança estão inseridos em grande escala.
Mas a felicidade iminente que brota de uma simples mudança,
de um novo rumo e de um novo amor, nos domina e nos seduz,
fazendo com que um novo ciclo, diferente dos outros, recomece.
A busca pelo companheiro ou companheira se distingue em cada pessoa,
mas geralmente o resultado esperado é o mesmo.
Queremos amor.
Tão simples.
Por isso mesmo complexo.
Buscamos alguém que nos acompanhe em nossos momentos distintos,
desde o silêncio até a vontade plena de viver.
Queremos de alguma forma, dividir esta felicidade
e este sentimento que está acumulado dentro de nós.
Não é uma prisão. Não é amor constante. Não é felicidade plena.
Afinal, eventuais contratempos sempre vão surgir.
Isso tudo que nos move e ao mesmo tempo nos paralisa é o amor.
Ou quem sabe, estas palavras sejam apenas as minhas convicções (?)
sobre o que eu penso ser tudo isso.
Quem sabe seja a minha busca ganhando voz ativa
entre tudo que está ocorrendo.
Ou talvez seja só amor.
Só.



"Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito,
mas não é verdade.
Você é a pessoa mais especial que já conheci.
Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas,
mas por algo maior e mais profundo que aparência e afinidade.

Ser correspondida é o que menos me importa no momento:

preciso dizer o que sinto."
(Martha Medeiros)




"Agora preciso da tua mão, não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.

Sei que acreditar em tudo isso, será no começo, a tua grande solidão.

Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão,
mas como eu agora:
por amor."
(Clarice Lispector)




Desejo que você tenha a quem amar.
E quando estiver bem cansado

Ainda, exista amor
Pra recomeçar ♪

(Frejat - Te desejo)

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