domingo, 25 de julho de 2010

Interferência perigosa

'Meu pai tinha poder sobre todas às minhas decisões.
Não haveria nenhuma mudança em meu cronograma (programado por ele, é claro)
se ele não estivesse de acordo.
Ele chegou aos extremos.
Quando me apaixonei, simplesmente me obrigou a esquecer.
Naquele instante, tudo que havia entre nós dois foi cortado.
Não há mais nada que nos sustente.
O abismo apenas cresce. Eu de um lado, Ele do outro.'

Essa história poderia ter um final diferente.
O enorme silêncio que se transpõe entre os dois,
só é cortado quando ele grita, excessivamente, com ela.
Ela não possui mais forças. O único som que emite, é o de suas lágrimas.
Tudo poderia ser diferente, se o seu pai não interferisse a todo momento,
em praticamente todas às suas decisões e escolhas.
Como alguém pode se tornar auto-suficiente e acreditar em seu potencial,
quando seu próprio pai recrimina toda nova tentativa e todas às escolhas que ela segue?
É preciso estabelecer certos limites: ela aceita e está disposta a ouvir suas opiniões,
contanto que você não a obrigue a segui-las, sem que ela possa informar
qual é o caminho que realmente quer trilhar.
Geralmente, acreditamos que interferindo nas decisões,
e

stamos resguardando nossos filhos de todos os perigos.

Mas ao mesmo tempo, estamos impedindo-os de criar uma personalidade própria
e estabelecer sua auto-suficiência de idéias e opiniões.

Sim, eles são seus filhos. Estão sob seus domínios.
É necessário criar regras. Mas deixe-os se expressarem também.

A liberdade de tomar decisões e fazer escolhas molda-os para que no futuro,
possam ser adultos seguros e confiantes.

Cada um é responsável por suas escolhas e à medida que amadurecemos,
percebemos também que nossas escolhas,
por menores que sejam, vão ter uma conseqüência.

Um pequeno exemplo seria uma interferência invadindo nosso sinal de televisão.

Devemos avaliar se há algum dano em nossa antena, e tentar consertar o problema,
mas depois disso, a imagem segue livre, sozinha.
Você pode até trocar de canal, mas interferir em seu curso, não.

É um exemplo fugaz, mas muito válido.

Seus filhos vão crescer e quanto mais liberdade de escolha você der à eles,
mais seguros eles vão se sentir.

Mostre à eles o começo do caminho, explique sobre eventuais desvios, subidas e descidas,
mas não interfira se, por escolha própria,
não o seguirem do mesmo modo que você seguiria.

Eles são seus filhos. Mesmos genes, mesmo DNA.
Mão não são você.

Interfira enxugando lágrimas.
Interfira dando abraços e demonstrando carinho.

Mostre atalhos.
Auxilie nas quedas. Compartilhe sorrisos nas vitórias.
Assim a liberdade flui ao natural, sem nenhum chiado, ou seguidas trocas de canal.




Pense de novo e converse comigo
Eu cresci de acordo com seus planos ?
Você acha que eu estou perdendo meu tempo
fazendo as coisas que eu quero fazer ?
Mas dói quando você desaprova tudo ♪
(Simple Plan - Perfect)




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