quarta-feira, 2 de março de 2011
Cante flores, traga pra mim.
Ela sabia que ia passar, que a saudade iria cessar, que o coração iria acalmar e que a dor iria partir. Imaginava que a vida iria seguir e que em algum momento outro capítulo iria iniciar. Era assim, ao menos, que pensava nos dias em que sorrir era algo natural. O difícil era lidar com a chuva e com as nuvens que obstruíam o pouco de luz que era necessário para continuar. Quando tudo o que podia ver e sentir se tornava cinza, era normal se encolher e relembrar do que não voltaria mais. E é exatamente nesses dias que chorar se tornava não um problema, mas um início para algum tipo de solução. Quando a garota se apaixonou pela primeira vez, já sabia que o início teria seu oposto, o qual chamamos de final. Sabia que ao mesmo tempo em que existia um princípio de união, a brecha da separação começava a nascer. E quando o fim surgiu, quem sabe mais prematuro do que ela pode imaginar, foi difícil esconder que algo havia ficado pelo caminho. Então em dias cinzas como hoje, a garota sente falta dos seus pedaços, sente falta dos pedaços daquele amor. E o que dói mais fundo é saber que tanto o que partiu, quanto o que ficou, não está mais nesse novo rumo que ela decidiu seguir. Não foi só uma questão de escolha. A necessidade de mudar às vezes esconde seus motivos mais cruéis. O que lhe resta agora é saber que algumas novas flores já começaram a aparecer por esse novo caminho. E flores, mesmo em dias de puro cinza, não perdem a cor que possuem.
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Perdi pedaços, estou quebrado em milhares de partes, como consertar o que já não cabe mais em mim?
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