sábado, 30 de julho de 2011

Permaneça comigo.

Quando você se sente deslocado do mundo lá fora, você acaba passando muito tempo sozinho. O silêncio acaba esmagando qualquer palavra que ainda poderia ser proferida. Você começa a analisar o que os outros esperam dos dias e acaba percebendo que entrar na mesma roda seria  a sua última opção. Os livros acabam se tornando um refúgio sagrado, uma substituição daqueles amigos mais do que importantes, mas que agora estão longe. Você começa a entender que existem coisas lindas lá fora, mas se assusta ao perceber que são poucos os que estão dispostos a buscar tudo isso com você. Então você acaba silenciando. E no silêncio se encontra, se perde, se refaz, cai e renasce. Mas quase sempre na condição de ser alguém só. Porque são poucos aqueles que decidem olhar mais além a fim de compreender que o que você mais precisa é de alguém que não desista quando você decidir deslocar tudo do lugar, mais uma vez.

domingo, 24 de julho de 2011

Sinal vermelho.

O sussurro das tuas palavras nos meus ouvidos me fez estremecer. O leve roçar de nossos rostos trouxe uma pequena taquicardia. E as palavras ficaram ressoando durante toda noite. Não há necessidade de  explicar essas reações inesperadas  (ou seriam desejadas ?). Aliás, o que mais assusta  é ter consciência de que a resposta grita bem alto desde aquele primeiro beijo. Eu sei exatamente o que está acontecendo. Mas prefiro continuar nessa confusão, afinal minhas últimas certezas também não me trouxeram algo melhor. Deixo estar, porque hoje sei que não vigora. E por saber, evito amar.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

É pra vocês.

Mesmo sendo poucos, eles representam muito. Mesmo distantes, continuam no coração. Quando o dia é de sol, eles estão aqui pra sorrir com você. Se ficar nublado, alguns ainda continuam. E aos que permanecerem mesmo quando houver um baita temporal: cuide bem destes. Porque são essas pessoas que merecem seguir ao seu lado.

Tudo que é verdadeiro não precisa de muitas palavras. Por isso, em diversas situações, ele vai olhar nos teus olhos e vai entender. Quem sabe um sorriso de canto, um toque de mãos e um abraço afetuoso. Porque amigo não precisa de muito gesto ou dramatização pra amar. 

Ele vai sair com você para aquela festa chata, só porque sabe que você quer muito ir. Vai beber com você quando o mundo não tiver mais cor. Ou simplesmente vai te mostrar que se enganar dessa maneira não ajuda nada. E às vezes, só piora.

Ele vai ir até a sua casa, num dia qualquer. E às tardes, noites, madrugadas, vão ficar pequenas para tanta conversa. Porque às coisas fluem naturalmente. O tempo passa e vocês nem percebem.

Ele vai rir de você também. Mas só pra que você perceba que rir de si mesmo, faz um bem danado. E pode te recriminar, vez ou outra. Porque os olhos dele sempre enxergam mais além que os seus.

Ele vai ser teu amigo. Sempre. Incondicionalmente.  Mesmo que se distanciem, às lembranças vão continuar. Porque tudo que vocês compartilharam e tudo que ele acrescentou à sua vida, serão recordações eternas.

E amigo que é amigo, nunca esquece.



terça-feira, 19 de julho de 2011

Sol. Só.

Em um relacionamento sério.


Foi essa frase que quase me fez chorar ontem à noite.
Que doeu aqui dentro. Que jogou na minha cara, mais uma vez, a impossibilidade de ver meu nome junto ao complemento da mesma. Mas foi, ao mesmo tempo, a última evidência que eu precisava  para ver.

E mereci.

Mereci a dor no peito, mereci o arrependimento pela espera boba durante
tantos meses. Mereci o tapa na cara pela ingenuidade. Pelas horas intermináveis de compreensão. 


Mas mereci também a liberdade que cada palavra me proporcionou.

Fico com a impressão de que me desprender dessas amarras, dependia desta tua atitude. É como se agora, apenas agora, eu ficasse totalmente ciente de que não existe outro caminho, há não ser, seguir só. Sem você. Sem nenhuma expectativa, nenhum novo amor, e um pouco de dor aqui dentro. Mas mereci, principalmente, por poder abrir ainda mais as portas e janelas, a fim de deixar a luz entrar. Talvez você tenha feito tudo doer por aqui, outra vez. Mas levou também aquilo que me impedia de ver o sol completamente


Hoje há muita luz. E mesmo que ofusque, sempre é melhor do que ser uma nuvem: como você.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nova experiência

Hoje cedo fui agraciada com um belo convite, vindo da queridíssima e antenada Vanessa Zimmer,  sobre a possibilidade de juntarmos nossos esforços e darmos um diferencial ao blog que ela havia criado.
Nota-se de cara que a Nessa (sim, sem formalidades) adora tudo que está ligado à moda, desde os esmaltes lindos que enfeitam nossas unhas, até os sapatos que deixam toda mulher se sentindo ainda mais poderosa. Sem contar na moda masculina, que além de deixar o homem ainda mais elegante, faz todas nós suspirar. (É, estou nos entregando.)
Ela, mesmo com receio da aceitação que o blog poderia ter (ou não),  decidiu que era hora de externar esse seu prazer: falar sobre à moda e todas às suas implicações.
Moda não é superficial, minha gente. Ela se torna futilidade quando é isso que move nossos dias. Mas quando é tratada como um acréscimo a nossa rotina, faz todo sentido. Mulheres e homens, mesmo que de maneira despercebida, tem seus dias ligados ao universo da moda.
Dessa forma, o blog que surge agora, está nos proporcionando à possibilidade de ficarmos mais perto desse mundo, de conhecermos determinadas tendências, não tendo que necessariamente segui-las, mas possuindo, ao menos, a oportunidade de vislumbrar o que a moda nos oferece e às novidades da mesma, a cada estação.

Mas a Nessa decidiu inovar mais uma vez no blog, e é mais ou menos por aí, que eu entro na história. Lembram que no início do post eu lhes contei da proposta que recebi?  Pois bem. A Nessa me pediu para colaborar com o blog, cedendo, uma vez por semana, alguma reflexão, alguma ideia, algo que nos faça sentir e nos traga a percepção de que a vida está sempre além do que podemos ver. Ao receber o convite fiquei mais do que empolgada e estou entrando de cabeça nesse novo projeto.  Agora é deixar que às palavras venham, a fim de que a semana tenha sempre um diferencial a mais.

Só mais um lembrete pessoal:
Vestir-se bem não significa usar roupas caras e de grifes famosas. Ter um estilo diferente não é motivo para exclusão. Gostar de moda não é superficial. E escrever sobre ela, é um arriscar-se constante, dentro de um mundo nem sempre bem compreendido.
Desde já, desejo sucesso pra linda Nessa. E que, uma vez por semana, eu possa fazer parte dessa história bonita que ela teve coragem de iniciar.

Vem com a gente também? Acho que vai valer muito a pena. Muito mesmo.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Reinício.

Quando acordou, depois de uma noite de sono tranquila, a garota percebeu que o frio havia dado uma pequena trégua. Levantou com a preguiça habitual, prendeu o cabelo num coque bem solto, abriu a janela e viu o sol: sorriu então. Sorriu porque sentia-se bem. Porque foi natural. Porque lembrou de um desejo. Porque continuou a acreditar num sonho e porque sabia que algum dia, alguma coisa do gênero ia acontecer. Arrumou-se, pegou aquela blusa bonita, a calça nova, passou o lápis preto nos olhos cor do céu e deixou o batom de lado. Colocou os brincos, pegou a bolsa, encheu de livros e foi. Foi para o habitual trabalho, dentro da mesma rotina, mas agradecendo, a cada novo passo, por sentir-se tão bem, como há muito não ocorria. Dentro dela agora pairava aquela tranquilidade, quase boba, de quem sabe que  enquanto a felicidade for uma exigência, ela não ocorre. É necessário deixar estar, deixar vir, deixar ser. Nos últimos tempos, a garota anda deixando a vida surpreendê-la. E a experiência tem sido uma das melhores possíveis. Hoje, depois de tudo, ela percebe que reiniciar foi, realmente, a melhor decisão.

domingo, 10 de julho de 2011

É isso.

Alguns encaram a queda das folhas no outono como o fim de um longo ciclo. Eu vejo como o início do próximo. E é exatamente por isso que o blog ganha um novo design. Sei que lá fora o outono já ficou para trás e o frio nos domina. Mas foi somente agora que arriscar-se dentro desse novo, tornou-se possível para mim.  




           É somente quando as folhas se desprendem, que poderão - quem sabe impulsionadas pelo vento - alcançar o céu.  E o principal: quando caem, elas se tornam livres.

Depois disso, elas não morrem. Elas simplesmente se transformam.
Mais uma vez.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Resistir vale a pena.

Queria te dizer tantas coisas nos últimos dias. Te dizer do quanto eu ainda lembro dos teus beijos. De como me parece impossível esquecer aquele teu olhar cuidando de mim. Da tua voz que me atendia logo após o segundo toque. Das tuas palavras que nem sempre faziam sentido, mas que sempre me traziam paz. 


[...]


Mas ao mesmo tempo, eu também estou querendo te dizer coisas novas. Queria te contar que minha liberdade nunca foi tão plena quanto agora. E te dizer que às lembranças não fazem mais o meu coração sangrar. Queria poder te contar que hoje eu estou muito bem, mesmo sozinha. E que mesmo sentindo, dia ou outro, a tua falta, eu continuo trilhando meu caminho. E tem mais: eu não estou mais com vontade de voltar atrás. De retroceder até o ponto em que decidimos nos separar.  Hoje eu tenho consciência de que minha felicidade não precisa depender de você.

[...]

O meu sorriso está tão bonito. Até você iria gostar de ver. Estou aceitando a minha vida, como ela é. Isso não significa abandonar meus sonhos e me contentar com o que existe aqui, agora. É só uma certeza de que ir sempre além é o que eu desejo, mas com a consciência de que o que já existe aqui, é o meu grande começo. Sinto saudades, sabia? Mas agora estou me permitindo gostar da vida, mesmo sem você aqui. Queria que você pudesse ver como estou. Tenho certeza que sentiria orgulho de mim. Por que depois de tudo que aconteceu – tantas quedas, tantas dores, tanto medo frente ao princípio de uma doença devastadora -  depois de tudo,  hoje eu sinto orgulho de ser o que eu sou.  Assim meio inconstante, mas sempre buscando ir além de tudo que me espera.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Tá errado. É o meu certo.

Eu tô sozinha. Mas tô bem.
Eu tô com medo. Mas eu tô bem.
Eu tô mentindo. Mas tá tudo bem.

Quer saber? Acho que a vida tá começando agora. E eu tô pulando.
Tô sem asas, mas isso nem importa mais.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Caio e suas verdades [2]

“Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, “apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo”. Isso é escrever. Tirar sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a “função social”, nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.”
(Caio Fernando Abreu)