quarta-feira, 13 de julho de 2011
Reinício.
Quando acordou, depois de uma noite de sono tranquila, a garota percebeu que o frio havia dado uma pequena trégua. Levantou com a preguiça habitual, prendeu o cabelo num coque bem solto, abriu a janela e viu o sol: sorriu então. Sorriu porque sentia-se bem. Porque foi natural. Porque lembrou de um desejo. Porque continuou a acreditar num sonho e porque sabia que algum dia, alguma coisa do gênero ia acontecer. Arrumou-se, pegou aquela blusa bonita, a calça nova, passou o lápis preto nos olhos cor do céu e deixou o batom de lado. Colocou os brincos, pegou a bolsa, encheu de livros e foi. Foi para o habitual trabalho, dentro da mesma rotina, mas agradecendo, a cada novo passo, por sentir-se tão bem, como há muito não ocorria. Dentro dela agora pairava aquela tranquilidade, quase boba, de quem sabe que enquanto a felicidade for uma exigência, ela não ocorre. É necessário deixar estar, deixar vir, deixar ser. Nos últimos tempos, a garota anda deixando a vida surpreendê-la. E a experiência tem sido uma das melhores possíveis. Hoje, depois de tudo, ela percebe que reiniciar foi, realmente, a melhor decisão.
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